Porque tive fome, e deste-me de comer; tive sede, e deste-me de beber; era estrangeiro, e hospedaste-me. Mateus 25:35.
Nunca houve nem haverá barreiras que não possam ser transpostas para espraiar o bem, para exercitar o amor. Os desafios que enxergamos são frutos da nossa descrença, do nosso egoísmo e, por vezes, do nosso medo.
No Universo, tudo vibra pela conexão e relação entre os seres. Estar na carne, por certo, ainda traz impedimentos, ruídos para a boa comunicação; porém, para o espírito imortal, qualquer barreira se dissolve, conforme granjeia nobres atributos e se harmoniza com Deus.
Observamos nos dias atuais como os irmãos têm ressignificado o que é estar distante e o que é estar em conexão, uns com os outros. Outrora, pensavam que só a presença física, o contato corpo a corpo, o estar dentro dos muros da Casa Espírita, com os irmãos que nela se confraternizam e com os que a visitam na condição de assistidos, garantiria o vínculo, a ligação. Paredes, salas, cadeiras, projetores, leitos são instrumentos materiais que atendem a determinadas necessidades. Agora, porém, observam com maior significância o contato alma a alma e a ampliação dos recursos interiores para intermediarem as relações e as contribuições de uns para com os outros.
O Cristão atua onde está o seu coração.
No momento em que se veem sem o aporte da Casa Espírita materializada, percebem, ou aos poucos perceberão, a Casa Cristã que carregam consigo, no imo do coração. Ela também está cheia de instrumentos que podem ser usados para confraternizar, para auxiliar, para socorrer, para aprender. Eis uma lição: o trabalho na seara do Cristo é possível com o esforço no amor, que atravessa as barreiras das telas, dos aparelhos. As criaturas também se comunicam por pensamentos, por vibrações. Não é assim com os seres do plano espiritual?
Acalentados estão seus corações nesse exercício de nova comunicação que ora praticam entre si, de forma mais constante, mais dinâmica. Percebem que o amor chega e toma conta da casa interior.
A linguagem do amor foi a utilizada pelo Mestre Jesus que, mesmo sem o aporte de uma tecnologia apurada de comunicação, conseguiu distribuir a mensagem imorredoura aos quatro cantos do mundo, mantendo-a ativa por séculos.
Ele balizou também outra forma de comunicação, que extrapolava a barreira do plano físico. A comunicabilidade dos espíritos é uma bênção e, comunicar-se com maior frequência, acessando os recursos de ordem superior, é muito mais fácil do que imaginam. Qual é a distância se não a da vontade, do querer, da fé? Se te sentires sozinho, entra em contato com os bons espíritos. Tu que acreditas em teoria, mas que não praticas, aceita o chamado. Tu que duvidas da existência de seres moralmente superiores, escuta o telefone tocar. Não há uma só criatura desamparada ou sozinha de fato. Deus se comunica conosco através de pessoas e de circunstâncias.
Da mesma forma que Deus misericordioso se utiliza de mensageiros do bem, no plano espiritual, para auxiliar a humanidade, Ele também possibilita, no plano material, que o espírito encarnado seja um instrumento para auxiliar seu irmão em Cristo. Tu podes ser este instrumento.
Nestes dias tormentosos, há uma grande demanda de pedidos de socorro, uns mais claros, ostensivos, outros mais velados, discretos, cujos ouvidos atentos poderão auscultar para poder acolher.
As conexões feitas pelo conduto da caridade e da fraternidade podem alcançar muitos corações; e o chamado de Jesus é para espraiar. Para isso, é preciso vestir a túnica nupcial, preparar o mundo interior; pensamentos e sentimentos alinhados com a vontade do Pai, para que cada um seja instrumento divino e foco irradiador dos recursos do Alto. Preparando o coração, o amparo será certeiro.
O bem se irradiará. O consolo chegará, e é preciso que chegue.
Deus abençoa a solidariedade, a fraternidade, a caridade. A empreitada que estão a iniciar, seguindo esta premissa, é um oásis no deserto. Talvez ela demande mais do que por ora podem imaginar, mas também recolherão mais do que conseguem conceber.
Cuidem para que cada palavra seja embalada com os laços dos bons sentimentos para que a conexão não seja de um orador para com uma plateia, mas de um irmão para com outro irmão. Os aflitos não precisam ser doutrinados, eles são como a flor emurchecida, que precisa do hálito do conhecimento da verdade, da água da ternura, do adubo da amizade e do sol da esperança para recuperarem o seu frescor. Portanto, sejam bons jardineiros, tendo como referência o Mestre Jesus.
Que o amor ao Cristo seja o elo, o conector com aqueles que podem se apresentar como os desconhecidos da estrada, porque toda vez que fizeres o bem a um dos pequeninos irmãos do Irmão Maior, é a Ele que o farás.
Assim, alimenta-te e a estes, com o Evangelho, na fonte do sentimento; sacia-te e a eles com as águas puras da verdade imorredoura; hospeda-te na confiança em Deus e oferece a hospedagem na tua Casa Cristã, localizada nos refolhos do teu coração. Este é o acolhimento fraterno.
Dália
[1] Mensagem psicografada em 10/04/2020, por Tânia Melo, revisada pela Comissão Coordenadora do Correio do Amor da FAK em 14/04/2020.