Temas, Subtemas e Assuntos
Simpósio FAK – Espíritas na Amazônia:
suas buscas nas realizações
do passado e do presente,
e nas motivações para o futuro
1. Origens: Primórdios da ação espiritista nas terras amazônicas
1.1 Contexto histórico e fatos relevantes associados ao advento do Espiritismo na Amazônia
O boom da borracha e suas conexões internacionais: envolve a busca por analisar essa circunstância da histórica econômica regional como um elemento explicativo da chegada, instalação e a pujança do Espiritismo na Amazônia, nos seus primórdios.
Os liames comuns entre os pioneiros: envolve a identificação de vínculos relacionados com a origem, formação, militância sociopolítica, atividades profissionais, participação em movimentos de vanguarda e atos de benemerência pública dos pioneiros, como fatores facilitadores e potencializadores da divulgação e da credibilidade doutrinária.
Fenômenos mediúnicos e fatos inusitados com repercussão na imprensa: envolve a identificação de tais fatos como meio para trazer à tona a atuação dos pioneiros frente a tais ocorrências, buscando-se entrevistas, artigos e outras matérias escritas nos jornais da Amazônia e de outras regiões, do final do século XIX até meados do século XX, incluindo periódicos espíritas da época, como Reformador, O Mensageiro, O Guia e outros.
1.2 Vultos históricos da ação espiritista na Amazônia
Registros biográficos dos pioneiros: envolve a identificação, com a maior soma de dados possível, das personalidades que atuaram no início do movimento, pois que, uma quantidade significativa deles é plenamente reconhecida nos anais da história da região tornando-se relevante saber o que faziam na sociedade da época, o que fizeram pelo Espiritismo, repercussão de suas desencarnações e outros.
A representatividade social dos pioneiros e a estrutura social, política e eclesiástica da época: envolve a análise do significado de ser espírita à época, especialmente para personagens destacadas da sociedade, para identificar os papéis sociais que os protagonistas do início tinham e para fazer inferência sobre os fundamentos de suas convicções e o respeito que o movimento pode ter tido.
Personalidades históricas com evidências de influência espírita: envolve a tentativa de identificar personalidades históricas da região que, mesmo não tendo militância espírita conhecida, demonstraram evidência de influência da Doutrina Espírita em obras literárias, feitos sociais, registros de manifestações, informações de familiares descendentes, testemunhos de contemporâneos conhecidos, entre outros.
1.3 As instituições, grupos e publicações espíritas do início
As instituições e os grupos do início: envolve a identificação de instituições e grupos que atuaram no início da organização do movimento, para descobrir quando e porque foram fundados; o que faziam; endereço de funcionamento; noticiais de sua atuação; notícias de sua extinção e outros.
As publicações espíritas da época: envolve a tentativa de identificar, no maior número de edições possíveis, as publicações espíritas que tiveram alguma regularidade à época, para trazer à tona o conteúdo dessas publicações e, sendo possível, recuperá-las e disponibilizá-las como acervo histórico.
2. Atualidades: As realizações contemporâneas dos espíritas na Amazônia
2.1 As instituições espíritas atuais e as características significativas de suas atuações
Circunstâncias relevantes que influenciaram o período recente do movimento espírita amazônida: envolve a busca por identificar as origens do dinamismo que vem fortalecendo a atuação dos espíritas na Amazônia, a partir do Pacto Áureo e as iniciativas dele decorrentes e associadas ao movimento de unificação nacional, bem como outras dinâmicas que possam ter influenciado o desenvolvimento contemporâneo desse movimento. No Amazonas, por exemplo, destacam-se o advento da Zona Franca de Manaus (ZFM) e a migração para o Amazonas de grande número de comerciantes, industriais, técnicos privados e servidores públicos; a chegada de unidades militares integradas por lideranças espíritas de outras regiões do pais; a fundação local da Cruzada dos Militares Espíritas; a reunião zonal, em Manaus, do Conselho Federativo Nacional, em 1977.
As instituições espíritas atuais: envolve a descrição de casas espíritas específicas, como obra do bem que é, qualquer que seja, para registrar suas atividades e os focos mais ostensivos de suas atuações, na busca de caracterizar os aspectos mais singulares ou particulares de suas dinâmicas, incluindo a identificação e avaliação de fundamentos, objetivos, métodos e resultados das atividades que desenvolvem, para descortinar aperfeiçoamentos e ensejar compartilhamentos.
As características mais relevantes do movimento espírita regional e sua dinâmica de unificação: envolve a busca por identificação das características mais significativas e as tendências entrevistas, a fim de verificar se existe um padrão ou perfil que possa ser percebido como aquele que mais define o movimento regional. Envolve, também, a ampliação da compreensão sobre os fundamentos do processo de unificação do movimento espírita e das práticas utilizadas para operacionalizá-la.
2.2 Os desafios do movimento espírita e suas repercussões na atuação dos espíritas na Amazônia
Adequação das casas espíritas às demandas sociais atuais e futuras: envolve o esforço para trazer à tona os desafios que as casas espíritas têm para fazer com que a excelência da doutrina possa, de fato, atender as demandas de uma sociedade baseada em conhecimento. Isso inclui a análise do nível de conhecimento doutrinário dos trabalhadores, a discussão sobre ausência de métodos adequados às demandas que chegam à casa espírita, a proliferação de literatura superficial, a ausência de cultura baseada na racionalidade, os riscos da igrejificação, entre outros.
Os movimentos da sociedade civil e a natureza singular das casas espíritas: envolve a busca por compreender como a casa espírita pode atuar e interagir com o seu meio, sem comprometer os fundamentos de sua existência e singularidade. Isso inclui as questões relativas à sua natureza institucional e, por consequência, sua condição perante o ordenamento jurídico nacional; seu envolvimento com a rede dos serviços assistenciais sociais do mundo e os efeitos disso para a natureza desses serviços praticados à luz do Espiritismo; suas necessidades de recursos financeiros para dar suporte ao seu funcionamento e os riscos de descaracterização ao buscá-los; a necessidade de eficiência em sua gestão e os riscos de importar modismos técnicos desnecessários ou incompatíveis com seus fundamentos; e outros.
As dificuldades para ampliação do alcance social do Espiritismo: envolve a busca por compreender os melhores e mais adequados caminhos para ampliar o alcance do Espiritismo, o que implica na necessidade de mais casas espíritas e em mais localidades; na necessidade de buscar outros métodos capazes de ampliar a divulgação mas sem perder a qualidade; na compreensão do papel da Internet e de outros recursos técnicos nesse processo de ampliação; e outros.
3. Desafios Futuros: Efetivação do conhecimento espírita na transformação individual e coletiva
3.1 Consequências do conhecimento espírita
Contribuições conceituais e metodológicas para interpretação e intervenção na realidade: envolve análises de assuntos que, à luz da Espiritismo, possibilitem compreensão mais sólida das questões filosóficas, científicas e religiosas e, com isso, ensejem a ressignificação da vida e propiciem formas de torná-la mais consentânea com as aspirações de felicidade.
Indícios de uma ordem social fraterna: envolve análises de assuntos e evidencias que, à luz do Espiritismo, fortaleçam a busca por mais fraternidade, respeito e tolerância entre as pessoas, sob a premissa que todos são irmãos, filhos de Deus igualmente perfectíveis, e que a diversidade de raça, religião, gênero, nacionalidade e similares reflete aspectos enriquecedores da vida e igualmente relevantes.
Desenvolvimento do sentimento de religiosidade: envolve análises de assuntos que, à luz do Espiritismo, aportem caminhos efetivos para a busca do sagrado na intimidade do ser e, com isso, ampliem o sentimento de religiosidade, no sentido de interação com o sagrado, minimizando assim os atavismos e costumes impostos pelas “religiões”, e possibilitando, por isso mesmo, a busca de Deus, em espírito e verdade, como recomendou Jesus à Samaritana.
3.2 Progressão social, meio ambiente e transição planetária
Reforma individual como base do progresso social: envolve a análise de assuntos que sedimentem a perspectiva de que a reforma moral da humanidade e, consequentemente, seu progresso social, político, econômico, cultural e religioso, é decorrente da melhoria moral dos indivíduos, sendo, portanto, prioritário o esforço educativo em relação a estes.
O espírita e a casa espírita no cuidado do ambiente: envolve a análise de assuntos que aportem percepções capazes de fundamentar o posicionamento dos espíritas e das casas espíritas em relação ao meio ambiente, como expressão da criação divina, e aos cuidados por ele demandado.
Percepções sobre a transição planetária: envolve a análise de assuntos que aportem evidências de transformações ostensivas nas dinâmicas humanas expressando indicadores de transição nos fundamentos da realidade, sejam morais, sociais, espirituais ou físicos.
3.3 Contribuições cognitivas do Espiritismo para revivescência do Cristianismo
Jesus e seu evangelho à luz do Espiritismo: envolve a análise dos fatos, feitos e ensinos de Jesus, consoante evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João, com o propósito de trazer à tona a excelência de seus conteúdos para a felicidade humana.
Cristianismo primitivo: envolve a análise de assuntos que possibilitem a compreensão das circunstâncias pelas quais o cristianismo perdeu sua natureza primitiva – aquela ensinada e exemplificada por Jesus e os discípulos do início – e foi substituída por razões da igreja nascente e do império ao qual ficou vinculada, impactando as possibilidades do processo civilizatório humano proposto por Jesus.